29 dezembro 2011

Miguel Umbrella - Parte 2



MIGUEL UMBRELLA 






Parte 1 no link abaixo:


http://procurandocupacao.blogspot.com/2011/10/miguel-umbrella.html
Parte 2


Agora a chuva era fina, constante, duraria a noite toda.



Miguel não havia pensado em um lugar exatamente, ele só queria sair da chuva e tentar ao máximo conhecer essa jovem. Enquanto andavam um do lado do outro, de guarda chuva, Miguel pensou em um lugar que a distrairia, ficariam secos e pudessem conversar.


Miguel tinha amizade com alguns vizinhos de seu bairro, Sr.Robens era um senhor rabugento que gostava de contar suas aventuras com mulheres de quando era jovem, ele morava sozinho, uma casa pequena com um grande quintal coberto, tinha um Labrador bege, fêmea, se chamava Linsi, e a cadela tinha acabo de ter filhotes.

O velho vizinho dormia como pedra, Miguel sabia que poderia ficar ali escondido da chuva em seu quintal que ele não acordaria, e usaria a desculpa dos filhotes com a garota, afim quem não gosta de filhotes não mesmo?

Chegando à casa do Sr. Rubens os portões enferrujados e tortos, Miguel balançou um pouco, chacoalhou e adentrou o quintal fazendo um movimento com as mãos como um cavalheiro. Helena sorriu de canto cm a boca com o movimento de Miguel e entrou.
Meio ao silêncio Miguel ia observando-a, não fazia idéia do que ela estava pensando.Que tipo de mulher aceita sair caminhando com um desconhecido do nada. Mas ela era incrivelmente bonita, e ele só queria se aproximar dela.
Helena logo viu o labrador, com a coleira escrito Linsi, a cadela balançava o rabo e dava cutucões com o focinho nela.
- Oi Linsi, prazer em ti conhecer menina... Olha só você tem bebês ali dentro. – Helena conversava com o cão fazendo carinho em seu pêlo.

Miguel ficou impressionado como aquele cão foi simpático com ela. Ele levara meses para poder passar a mão na cabeça de Linsi. Chegou até a jogar um olhar incrédulo para o cachorro, mas acabou vendo como o sorriso de Helena era lindo.
Ele riu um pouco chamou Helena para sentar à frente da casinha de Linsi.
Ao sentarem seis filhotes começaram a sair da casinha e foram para cima dos dois, brincando e mordiscando eles. Naquele momento Miguel viu que foi uma ótima idéia aquela dos filhotes.
Helena estava encantada com os filhotes, brincaram um pouco ali com ela, pulando e lambendo-a, mas por fim, após alguns minutos cansaram, alguns foram dormi com Linsi, outros no colo de Miguel e dois no colo de Helena.

Helena que acariciava gentilmente a cabeça do filhote olhou para Miguel e disse:
- Eu te conheço, você é dono daquela Cafeteria no centro não é? – Disse Helena com um sorriso suave de canto da boca.
- Sim, mas nunca te vi entrando lá. – Diz um pouco surpreso dela saber quem ele é.
Miguel tinha 24 anos e já tinha seu próprio negócio. Até hoje não sabia ao certo como seu negócio tem sido um sucesso, teve uma idéia em meio de uma piada com velhos amigos e “vualá”, lá estava ele, 24 anos e bem feito na vida profissional.
- Eu nunca entrei lá, mas sempre que vou trabalhar passo em frente e te vejo entrando ás vezes. – Disse Helena pensando se devia ter dito que já havia reparado nele antes, sentiu suas bochechas corando.
Miguel pensou rapidamente como nunca havia visto-a antes, ele perceberia com a beleza dela passar na mesma calçada, mas provavelmente deveria estar distraído.

Fez se um silêncio, no inicio constrangedor para Miguel, que ficava pensando sem parar o que devia falar para ela, ele não queria parecer um idiota conquistador barato, queria que ela o achasse esperto.

Helena era uma mulher de 22 anos, independente trabalhava como vendedora de uma loja de grife, era formada em Letras e queria muito ser professora. Odiava seu emprego, mas pagava o aluguel, o carro, não podia reclamar, ela era boa naquilo, por enquanto continuaria lá.
Agora sentada ali, ouvindo a leve chuva caindo, sentindo o coração do filhote bater em suas pernas se perguntava por que estava ali. Na verdade não estava em um bom dia, ou semana, não sabia ao certo a quanto tempo não estava bem.
Mas naquele momento olhou para Miguel, que estava acendendo seu cigarro, parecia um galã de cinema, movimentos precisos, mais parecia estar posando do que fumando. E ela pensou “talvez ele seja interessante”.

E a noite começou...

[CONTINUA]

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