19 fevereiro 2011



Eu queria tirar de mim todas essas fotografias tatuadas, esses flashs de lembrança, sim: flashs, porque sempre que tento lembrar de algo é só o que me vem, flashs, como fotografias em movimento, e eu guardo elas com tanto cuidado porque eu tenho medo, de passar tanto tempo, mas tanto tempo, que eu não possa mais distinguir lembrança de sonho, memória de invenção, fotografia de imaginação - esse teu sorriso de canto de boca, esse teu olhar que não sabe mentir, essa tua mania de apertar um pouquinho um olho enquanto pensa, aquela tua expressão debochada enquanto finge concentração, o cheiro que tem o teu cabelo, o jeito que meu corpo se molda no teu abraço, o teu jeito certo de segurar as minhas costas exatamente aonde eu gosto, o teu nariz no meu nariz, o teu olho no meu olho, o meu beijo no teu beijo, o teu beijo no meu ombro, o meu beijo no teu braço, a tua mão na minha mão, a minha mão na tua nuca, o teu me puxar de volta depois de tantos boas noites, o teu jeito de falar, de pouco falar, de me fazer rir, de rir de mim..

RENATA MULINELLI

Silêncio!


Agonia sei La eu.
Um sentimento não tão bom assim preenche certo espaço que não deveria ocupar.
Afasto-me, distancio-me de tudo e todos, até de eu mesma.
Medo, insegurança, tristeza. SILÊNCIO!
No silêncio ouço as vozes dentro de mim, dizendo aquelas verdades que minto todos os dias.
Como um sermão, como um aviso. Congelo-me, paraliso-me, não reajo.  Fico como um corpo gelado, deitada em meu silêncio ouvido tudo aquilo que tampo os ouvidos durante os dias para não ouvir.
È mais fácil caminhar sem ouvi, é mais fácil encarar um boa vida escondendo aquilo que nos enfraquece.
SILÊNCIO!
É assim que fico quem sabe alguém consiga ler meu olhar e dizer: “ Ei, você não está bem. Você não precisa carrega tanto peso assim sozinha!”
È como aquela música, “os olhos mentem dia e noite a dor da gente”. Passo a acreditar que existe dor, que não importa como você tente solucioná-la, você sempre vai carregá-la com você.Você pode tentar fingi que ela não está ali. Mas você sempre vai senti-la como um peso a mais na bagagem.
SILÊNCIO!
Me somo a uma conjunto de palavras: Medo, saudade, dúvida. E no fim disso eu volto a sonhar. Sempre o mesmo sonho. Sempre os mesmos rostos. O mesmo pesadelo.Acordo tampo os ouvidos , caminho com um sorriso. Quem sabe alguém veja o que aconteci além desse sorriso.
SILÊNCIO!

- TH.Machuca